sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Daily routine

Quando vinha hoje a caminho de casa, no final da minha primeira semana de trabalho, resolvi fazer umas contas. E cheguei à conclusão que, apesar de só ficar legalmente desempregada mais tarde, o meu interregno laboral começou ainda antes de o D. nascer e se estendeu a mais de dois anos.
Não admira, por isso, que o facto de eu começar a trabalhar tenha afectado tudo e todos cá em casa. A L. agarra-se a mim todas as manhãs e diz: «Não vás embora, mamã!». Nunca me deu abraços tão apertados nem me disse tantas vezes: «Mamã, gosto muito de ti».
O D., ao contrário, passou a semana toda rabugento e meio adoentado-sem-estar-doente. Quando chego a casa, foge e agarra-se imediatamente ao adulto que estiver mais próximo, como quem diz: «Estou triste contigo, não estiveste cá o dia todo». Até que me olha de cabeça baixa, pede colo e se aninha no meu pescoço.
Graças à M., que lhes dá banho antes de nós chegarmos, posso brincar com eles e dar-lhes o mimo todo até à hora de jantar. É a minha forma de matar saudades e de aliviar o peso da minha consciência. E ajuda. Mesmo que meia hora depois esteja a rezar para que chegue a hora de eles irem para a cama.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

It's the final countdown

Esta última semana passou a voar. Entre o entusiasmo de ter conseguido um emprego e a angústia de deixar de dedicar tanto tempo às crianças, mal tive tempo para tratar de tudo. Preencher papéis, assinar contratos,  inscrever-me na Segurança Social e nas Finanças, cancelar o ginásio, comprar uma ou outra roupa de trabalho, dar atenção aos miúdos, e chegámos a domingo.
É claro que é muito bom estar em casa. Poder gerir o tempo, visitar museus, dar passeios quando está sol, ficar no café a ler quando está a chover, ir almoçar com o T., ir ao ginásio, ir buscar a L. à escola, levar os miúdos ao parque e à biblioteca, ensiná-los a falar português, receber as visitas que vão aparecendo... Mas também vai ser muito bom investir na minha carreira, trabalhar em Londres, num ambiente tão internacional, melhorar o meu inglês e aprender muito. Vou passar quase duas horas em transportes diariamente, mas pelo menos vou poder dar um grande avanço na pilha de livros que tenho para ler. Vou chegar a casa cansada, mas talvez tenha mais energia, vontade e paciência para dedicar às crianças depois de um dia inteiro longe delas.
It's the final countdown. Amanhã deixo de ser dona-de-casa desempregada para me tornar uma mãe trabalhadora.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

I got a job!

Cento e trinta e sete dias depois, recebo o telefonema tão esperado: «We would like to offer you a job. Do you wish to accept it?» «Well, I could play difficult, but yes, I accept!».
Começo a trabalhar dia 14 de Fevereiro e não consigo desmanchar o sorriso.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Álvaro Siza














Hoje, com a G., na Serpentine Gallery, Hyde Park.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

The Tower House


A parte de Kensington onde moramos, Holland Park, foi, por volta dos anos 1870, um «enclave boémio» de artistas e arquitectos liderado por Lord Leighton, de cuja casa já falei aqui. Foi precisamente por essa altura que o arquitecto William Burges construiu para si próprio a The Tower House, uma casa vitoriana ao estilo gótico francês do século XIII. Fica no número 29 da Melbury Road e é um edifício classificado (Grade I listed building) desde 1949.
Não admira, por isso, que tivesse chamado a atenção da minha irmã O., que resolveu fotografá-la da última vez que cá esteve. E foi prontamente abordada por uma senhora que passava, que lhe disse, para espanto de todos, que era a casa do Jimmy Page, ex-guitarrista dos Led Zeppelin (e um entusiasta do estilo de William Burges).
Infelizmente, a casa não está aberta ao público, mas sempre que lá passo tenho esperança de ouvir o som de alguma guitarra ou ver sair de lá Sir James Patrick Page, meu vizinho.